Projeto vencedor do concurso para o Teatro de Itapeva, a solução do partido surgiu de maneira orgânica, a partir do próprio sítio. Sua forma horizontal e profunda tem sua origem na dimensão do terreno, de modo a necessitar a menor movimentação de terra possível, reduzindo custos e tempo de obra.
De concepção pura e simples de ser executado, o projeto explora a leveza com lâminas de concreto aparente – estas em homenagem à cidade de Itapeva, cujo o nome vem do Tupi e significa “pedra chata”. Elas apoiam-se unicamente sobre quatro pontos: sendo dois no espelho d’água, e os outros dois no urdimento.
O acesso se dá ao nível da Avenida Vaticano, através de uma rampa sutil que reparte em dois o espelho d’água. À medida em que o observador percorre a rampa, depara-se com o hall externo composto por um par de lâminas de concreto que tocam levemente a água. Este espaço cria um vazio protegido com microclima agradável proveniente da umidade e sombreamento.
Ao ultrapassar as portas pivotantes de vidro, o visitante chega ao foyer, ponto estratégico do projeto, pois através dele se fazem os acessos aos demais compartimentos do Teatro. São eles: café, bilheteria, sala de espetáculo, área externa e sanitários. O espaço é amplo, iluminado e minimalista trazendo como elemento escultural uma escada helicoidal que da acesso para o café e o segundo andar da platéia;
Portanto, acesso ao auditório é feito em três etapas: rampa, hall externo e foyer. O que possibilita o arranjo dos espaços, mediante a triagem que resguarda o público visitante. Cria-se, portanto, um “vazio protegido” na cidade, com controle acurado de acesso.
O projeto apresentado atende integralmente ao edital proposto e tem como principal objetivo estabelecer-se como um monumento à cidade, partindo de uma tecnologia acessível, consolidando em uma obra de expressão arquitetônica.